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FJTA: Quem te viu, quem te vê

Os números do 4T18 reforçam a percepção de que eles estão no caminho certo

Esse é um caso antigo. Remonta o começo de 2017 minha história com Taurus (FJTA4). Nem sonhava, ainda, com a existência da Nord.

Foram, se bem me lembro, quatro visitas à sede da Companhia, em São Leopoldo/RS, só ao longo do primeiro semestre daquele ano. Era preciso olhar de perto o que estava acontecendo: se os números do balanço sugeriam que aquela era uma Empresa morta-viva, o mundo real contava outra história.

Lição importante em investimentos: nem sempre o balanço conta tudo o que precisaria contar.

Vindo de um histórico recente tenebroso, a Companhia tinha então um novo acionista controlador e havia investido um dinheirão na reengenharia de todo o seu processo produtivo, no afã de virar a página dos problemas de qualidade de lotes antigos - sobre os quais a mídia adora falar, até hoje, como se fossem armas recém saídas da fábrica

No front financeiro, uma ampla reestruturação dos passivos havia sido promovida. E então, com tudo em ordem para o momento, a empresa se preparava para lançar novos produtos e renovar seu portfólio - que, em função das dificuldades operacionais e financeiras dos anos anteriores, já ficava devendo em relação às concorrentes internacionais.

Quando falei em FJTA4, as ações eram negociadas por volta de R$1,70. Nunca, nunca mais voltaram àquele patamar. Pelo contrário, chegaram a ser vendidas por mais de R$10,00 - mais do que eu esperava quando, em julho de 2017, apontei nelas um potencial de valorização que fez muita gente questionar a minha sanidade mental, minha honestidade intelectual ou ambos.

Insisti, à época, que tese de investimento se concretiza no mundo real, e não na tela do homebroker. Pois bem. Os números do 4T18 reforçam a percepção de que eles estão no caminho certo: receitas seguem em comportamento benigno - com destaque para o renascimento do mercado doméstico, que há muitos anos era incipiente em relação às exportações - e prejuízo se reduziu drasticamente.

Tudo resolvido? Nem de longe: persistem desafios de geração de caixa versus dívida, ainda que a Companhia tenha ganhado tempo com novas renegociações ao longo de 2018. A solução passa, necessariamente, pela venda de ativos non-core.

Mas que está no caminho certo, está.

Já se vai um bom tempo que estou fora de FJTA4 - e, por ora, assim continuarei. Mas não consigo deixar de olhar, ainda que de soslaio, o que se passa por lá. Dá gosto, muito gosto, encontrar teses assim.

E é a coisas desse tipo que eu me dedico lá no Valor Extremo: a busca de oportunidades totalmente fora da caixa para fazer dinheiro.

Em observância à ICVM 598, declaro que as recomendações constantes no presente relatório de análise refletem única e exclusivamente minhas opiniões pessoais e foram elaboradas de forma independente e autônoma.

 

Fonte: Nord Research



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