A perspectiva otimista de Salesio Nuhs, presidente da Taurus Armas, é baseada na lista de 2,1 milhões de pedidos firmes de clientes em todo o mundo para os próximos meses, sendo 10% dessas encomendas no mercado brasileiro. Essas novas vendas devem engordar ainda mais a receita líquida operacional da empresa no mercado de armas, que saltou 47% no segundo trimestre, para R$ 618,9 milhões.
Para dar apoio a essa demanda, a empresa prevê para o segundo semestre a chegada de novos equipamentos e tecnologias para aumentar a capacidade e eficiência de produção das linhas da fábrica brasileira.
No segundo trimestre a produção de armas da Taurus aumentou 50%, puxado especialmente pelo início dos trabalhos da fábrica na Geórgia, nos Estados Unidos. Esses resultados operacionais levaram a um lucro líquido de R$ 193,6 milhões no trimestre passado, no quinto resultado positivo consecutivo.
Os números, segundo Nuhs, são reflexos do comitê criado pela empresa em março do ano passado para lidar com os impactos da pandemia de covid-19, que incluiu um planejamento estratégico com os fornecedores e também de prevenção de contaminação para os funcionários.
O presidente da Taurus explica que essas estratégias foram fundamentais para que a companhia aumentasse sua produção, no Brasil e nos Estados Unidos, e minimizasse os impactos do aumento dos preços de commodities nos insumos.
"Mesmo com o aço subindo em torno de 50% no Brasil, eu consegui manter o aumento de custos em 13% devido à decisão estratégica feita lá atrás", diz o executivo.
O aumento de custos já está sendo repassado aos clientes. Nos Estados Unidos houve um reajuste de 10% desde a segunda semana de julho e no Brasil os produtos ficaram 17% mais caros no início desse mês, seguindo a variação da inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado).
Aliados às perspectivas de vendas fortes, com base na lista de espera por armas, esses reajustes dão viés otimista também para as receitas da companhia nos próximos meses. Os resultados até aqui deixaram a empresa com posição de caixa de R$ 164 milhões no fim do segundo trimestre, montante 79% superior ao observado no fim de 2020. Esse valor contribuiu para que a dívida líquida da Taurus recuasse 33%, para R$ 521 milhões.
Em novembro do ano passado, Salesio Nuhs disse ao Valor Investe que os investidores da empresa devem começar a embolsar dividendos a partir do segundo semestre de 2022. "A dívida deixou de ser uma preocupação para a Taurus, para os investidores e os analistas. Temos caixa hoje para pagar dividendos e estamos vendo a estruturação para fazer isso", disse o executivo em entrevista na tarde de ontem, avaliando que os proventos podem chegar ainda mais cedo.
fonte: https://valorinveste.globo.com/mercados/renda-variavel/empresas/noticia/2021/08/12/taurus-mira-novo-recorde-de-vendas-de-armas-apos-resultado-no-2o-trimestre.ghtml